LUTO






O primeiro projeto muq - museu do que nos resta, teve como objetivo criar uma experiência de elaboração coletiva do luto por meio de uma exposição virtual, apresentando restos e vestígios de processos individuais de luto em livre associação. No Museu, fragmentos do processo de luto foram reunidos, para criar uma coleção em constante crescimento e transição até sua data de encerramento.

O museu aqui também é uma ferramenta, que posiciona o luto como um dispositivo para o reconhecimento da transitoria com base na psicanálise, desdobrando-se também em dispositivos materiais da memória: uma memória vívida, uma foto antiga, um vídeo comemorativo ou uma história em ressonância na mente. A arte como um ato de resistência historicamente também gera luto, traduzindo dor e perda em cor, imagem e sensação. Nesse sentido, ao lembrar e interpretar os traços do que resta, a arte também celebra o transitório de e na própria vida.

O trabalho consistiu em envolver o público como 'participantes', como no conceito de Helio Oiticica, no qual o público ganha agência sobre o trabalho. Os Participantes compartilharam fragmentos de algo que foi para eles. Eles enviaram fotos, vídeos, músicas e textos, que mais tarde foram arquivados e constituíram uma exposição digital coletiva.

O design da exposição foi uma materialização do conceito de 'associação livre', no qual o audiovisual e o texto são costurados em um site de layout linear vertical e na linha do tempo da rede social. Ao longo de seis meses de funcionamento, o Museu recebeu inúmeras contribuições de todo o país, processadas e organizadas em uma curadoria aberta e irrestrita - todo o material enviado foi exibido, exceto por questões éticas ou de direitos autorais.

As contribuições foram organizadas em três eixos. 'O que resta' se concentra em memórias, objetos e permanências da vida cotidiana, entendendo a perda como uma categoria fragmentária. Em 'Resistências transitárias', traçamos textos que transformaram uma perda em palavras ou afeto linguístico. Por fim, em 'Deslocamentos', propusemos olhar para obras que elaboram a perda, entendendo a obra de arte como um processo de luto, de deslocamento libidinal, em termos psicanalíticos.



A. Amaral
Ivie Mesquita
Tiago Bonila
Camila Alba
Paula Salomon Pereira
Mariana Moura
Karine Padilha, Vestir-se da falta
Hellen Marostica
Julia Farias
Kamilla Nunes
Ana Carolini Carvalho
Paula Carvalho



Equipe
Lucas de Mello Reitz, co-diretor
Gustavo da Silva Machado, co-diretor
Luís Eduardo Candeia, Assistente 
Ana Paula de Godoy Giménez, Designer
Leonardo Schreiber Schneider, Assistente
Isabela Brasil, Comunicação

Participadores
Thiago Bonilla
Hellen Marostica
Kamilla Nunes 
Sarah Mantuan
A. Amaral
Ana Paula Godoy
Karine Padilha
Maria Alamini
Paula Salomon Pereira 
Ivie Mesquita 
Camila Alba 
Mariana Moura Da Silva Pinto