Como uma segunda ação do muq, o Museu propõe a construção de instruções para um contra-arquivo queer em Florianópolis. Ao contrário do arquivo tradicional, metódico e hierárquico, um contra-arquivo queer, conforme definido por Ann Cvetkovich, sai do armário para o mundo para atuar como uma intervenção pública e como uma ferramenta para aliança e inscrição histórica de narrativas desconsideradas por práticas cis-heteronomativas. Dessa forma, um contra-arquivo queer procura reunir registros de afeto e dor, criando espaços de múltiplas possibilidades em que os corpos LGBTQIA+ são protagonistas da construção arquivística.
Nossa ação arquivística começou com a construção de um arquivo de perguntas sobre experiências queer que se desdobra em duas instruções: (1) a coleção de depoimentos e arquivos de áudio trocados entre pessoas LGBTQIA+; e (2) a materialização dessas perguntas em materiais adesivos, colados em locais de sociabilidade LGBTQIA+ como uma forma de expansão subjetiva do contra-arquivo - saindo do armário para o mundo.
O objetivo é capturar experiências LGBTQIA+ que não são apenas sobre violência, mas que se aproximam de momentos especiais, sejam alegres ou tristes, banais ou profundos. A ideia é criar um relicário, uma cápsula do tempo, que mantenha fragmentos do que permanece de nossa história vivos e ressonantes, pois é constantemente neutralizado.